Ler é um gesto silencioso, quase invisível, mas cheio de profundidade. É abrir um livro e, ao mesmo tempo, abrir-se. Cada página virada é um passo em direção ao desconhecido — um desconhecido que, curiosamente, nos revela quem somos.

Na leitura, o tempo se dissolve. Não importa se o livro foi impresso há cinquenta anos ou se passou por três estantes antes de chegar à sua. Quando o texto nos encontra, ele está vivo. É como se aquele autor, que talvez já nem esteja mais neste mundo, sussurrasse ao nosso ouvido palavras que ainda nos fazem estremecer.

Há livros que nos acolhem quando o mundo pesa. Outros nos sacodem, nos tiram da zona de conforto. Há os que ensinam, os que distraem, os que curam. Cada leitura é um reencontro com algo que, até então, não sabíamos que existia dentro da gente.

Ler é uma forma de eternidade. É permitir que histórias sobrevivam ao tempo e às vozes. É guardar memórias que não vivemos, mas que agora fazem parte de nós. É fazer parte de uma corrente humana que atravessa gerações, línguas, continentes — apenas por causa das palavras.

Em um mundo apressado, ler é um ato de coragem. É escolher a pausa, o mergulho, a escuta. É caminhar devagar por entre ideias, sentimentos, personagens, e voltar de lá transformado. Ler é não aceitar a superficialidade como destino. É procurar sentido. É construir alma.

No Sebo Paulistano, cada livro tem história. Mas mais do que isso: cada livro está à espera de alguém para continuar existindo. Talvez esse alguém seja você.